Friday, March 28, 2008

Helplessness - hum?



A minha língua mãe é o português, mas tem vezes que a gente quer se expressar e a língua mãe nos abandona e fica apenas a língua adotada a nos dar suporte. Nesse momento estou sentindo uma enorme sensação de "helplessness". Não sei exatamente como isso se traduziria em palavras, mas sei exatamente como isso se traduz em sentimento. Talvez seja a falta de poder revelada por uma inabilidade de reagir. Não sei!! Definitivamente não sei, só sinto.


E o telefone não toca, nenhuma das três linhas. Nem o meu celular toca. Nada, só o som da música ambiental de escritório, um jazz apianado extremamente repetitivo nas notas. E eu aqui esperando acontecer, totalmente helpless.


A única coisa que posso esperar é que o telefone não toque, ninguém se lembre de mim, tudo seja resolvido, todos fiquem felizes e eu possa sair daqui, mesmo que exausto, pegar meu caminho de casa, ouvir noticias pelo radio e voltar a me sentir helpful.


E quem disse que a vida era fácil? Se alguém disse, mentiu!

Thursday, March 20, 2008

Short Stories - O passeio de taxi


Ele imaginou que em 30 segundos ela voltaria. Mas a porta bateu e o elevador desceu. Ela nem olhou para tras. Não havia soluços na garganta nem lágrimas nos olhos. Havia a sensação de tempo perdido, de investimento mal aplicado, de amor dilacerado. E depois de acomodada no taxi ela se deu a pensar.

Quando se aplica em dinheiro e se perde dinheiro, o fato é simples. O dinheiro é físico e uma vez que não se tem, não há mais como resgastá-lo. Há como se fazer mais dinheiro, mas não mais aquele.

Quando se aplica no amor e se perde o amor, o fato é simples. O amor é sentimento e uma vez que não se tem, não há mais como resgatá-lo. Há como amar outra vez, mas não mais aquele.

O taxi parava nos sinais e e ela continuava a pensar.

Não sabia se fora paixão ou amor. Ela sempre dizia que deixaria as definições e as diferenças serem explicadas pelos poetas que sempre teem mais tempo de experimentar e fazer a compensação dos seus experimentos. O tempo não fora importante porque o amor dura o tempo que dura e nem um segundo a mais. O importante é a dedicação e cada segundo de um tempo que não existe, mas que se torce que não acabe nunca. E assim foi com ela. A dedicação foi incondicional e o segundo durou o seu tempo.

O taxi parou no destino final e ela pediu para voltar. O mesmo caminho de volta, o elevador, a porta e desta vez ela não usou a chave visto que não era mais a sua casa. Bateu à porta e foi atendida por ele. Pegou uns restos de coisas, o beijou no rosto, entregou a chave e confirmou que não iria mudar o número do celular. Ele, um ponto de interrogação. Ela, um ponto parágrafo.

No elevador ela ainda se deixou pensar. Mas desse último pensar nada mais registrou, apenas que o amor não acaba nunca. Ele pode, sim, mudar. Mas acabar, não!! Isso não é coisa de amor.

Retoca a maquiagem e o taxi parte outra vez.