Thursday, July 26, 2012


Temos nenhum controle sobre o tempo.  Ele passa incólume, faceiro, despreocupado, rigorosamente sem atraso, na hora. O tempo passa, e ponto final. Não depende de nós.  Nós o vivemos de uma forma ou de outra, quer queiramos ou não. Temos a opção de estagnar e vê-lo passar, mas passamos com ele porque as células que nos formam e o povo que nos cerca são ativos e não há nenhum imperativo que os façam parar, a não ser quando o tempo já não faz nenhuma diferença porque o fim do tempo já lhes é chegado.

De 2008 para 2012 o tempo fez exatamente o que ele faz costumeiramente, passou. Como uma ecdise, a sensação é como se se houvesse trocado de pele por conta de todas as alterações ocorridas. As mudanças, adaptações, reações, conhecimentos, pessoas e sentimentos podem nem ser outros ou tantos de uma maneira integral.  Mas certamente, com o tempo, um processo de renovação acontece e trocamos a pele e é  esperado que esteja havendo uma adaptação e renovação e, consequentemente (ou pelo menos espera-se que), também  no miolo, no núcleo. Quem não muda, troca ou se adapta permanece o mesmo. Não há que se temer mudanças, até porque elas trazem novos ares, mais oxigênio e isso faz com que a vida faça mais sentido e o tempo não passe batido, sem propósito, sem sentido.

Portanto, passe tempo, pode passar.  Mas passe e queremos que no seu rastro e na nossa pele tenham ficado marcas que nos tornem seres novos, revitalizados, melhorados. E isso não depende do tempo, mas de uma decisão individual, uma postura, uma atitude tão singular quanto as impressões nos nossos dedos que nos tornam únicos. Que as marcas do tempo e as alterações que o passar do tempo nos causam sejam um resultado belo da ação do próprio tempo em conjunto com as nossas atitudes.

E que não reclamemos da falta de tempo para que esses processos aconteçam.

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