Friday, March 03, 2006

O País das Meias


Essa semana abri minha gaveta de meias e percebi que mais duas estavam sem o seu devido par. Sozinhas, isoladas, abadonadas. Sairam para ser lavadas e no caminho de volta para a gaveta se perderam, se separaram. E por que isso acontece? O que acontece com as meias que não voltam às gavetas?

Depois de uma curta meditação, resolvi desvendar o mistério das meias desaparecidas. E qual a melhor maneira para fazer isso? Nos tornar uma meia, nos envolver no meio das meias.

Pronto, sou uma meia. Minha parceira e eu somos um par de meias elegante. Nada de material sintético. 100% de algodão puro e escovado, daquelas social macia e que abraça o pé como só uma meia sabe fazer. Recém saida da embalagem, somos vestidas em pés sem calos, sem rachaduras e sem cheiro desagradável. Até o sapato é de couro novo. Italiano! Nós nos sentimos em casa, a vontade...o sonho de toda meia.

Depois de tantas indas e vindas do pé, para a máquina de lavar, para a gaveta, para pé, para a máquina de lavar, para a gaveta... Ufa!! Que rotina mais entediante essa de ser meia. Foi quando pensei que deveria haver muito mais do que apenas ser uma meia usada, lavada e guardada. Deveria haver um lugar mais interessante do que cobrir aquele mesmo pé naquele sapato de couro. Cheguei a conversar sobre isso com o meu par, a outra meia, mas ela achou a coisa mais absurda. Meia nasceu pra ser meia até furar e ser jogada fora, sem vida, mal cheirosa, furada. Mas eu não me conformava com essa idéia. E foi de pensar tanto que descobri com transceder do mundo de cobrir pés para o mundo das meias. Isso mesmo, o Mundo das Meias!!!

Um dia, no caminho entre ser lavada e ir para a gaveta, transcedi e nunca mais voltei. Nem o meu par meia sabe para onde fui. Fico com pena dela sozinha no canto da gaveta sem par esperando a qualquer hora virar brinquedo de boneca. Enquando eu estou aqui desfrutando do Mundo das Meias. E pelo número de meias sem par aqui nesse mundo, parece que a coisa é bem popular. Melhor ser uma meia 100% algodão puro escovado e livre no meu próprio país a ter que vestir pés dia após dia, após dia, após dia...


P.S. Vocês já pensaram no mundo dos lápis, das borachas, das moedas, das chaves... Quem consegue transceder é que é feliz!!

P.S. Esse post é dedicado a você que me pediu pra escrever um pouco de besteirol. :)


P.S. Será que a estória tem uma moral???

17 comments:

Anonymous said...

Claro que tem moral...que devemos lutar pela liberdade mesmo que alguem fique sem par e sozinho num canto.
Meu querido,tem muito que babar ainda pelas meninas,e babe mesmo pois passa rápido,rsss
Lindo dia procês!
beijossssssssssssssss

Anonymous said...

arruma seu link nos comentários,está errado.......blogspot.
beijosssssssssss

J L said...

ok Clarinha...vou fazer da proxima vez. Tkanks!! :))

Unknown said...

Esta visão de ser ou não ser meia..é muito interessante e reflexiva.
Caso a Faxina fosse meia...seria uma meia de inverno..cor pastel ou preta...canelada..fofona...para aguentar o frio do inverno dos gaúchos....
Mas agora a situação é difícil..calor infernal..nem sei quando coloquei meia...estaria solitária e desparcerada...assim não!
Um abraço...

beto said...

John,

Eu vivo cheio de meias descasadas, pode ir me revelando logo onde fica esse país das meias aí sua meia suja e fedorenta!!! Ah, uma dúvida, no país das meias, elas não formam pares não?

A moral da história é que o pais das meias fica vizinho ao pais dos talcos pra pé! :)

Ah, obrigado pelo besteirol, é sempre bem vindo. De preocupação a vida já tá cheia!

Ei, pode me chamar pelo nome no blog, não sou mais anônimo não! Por sinal, atualizei lá com uma lista de filmes que eu assiti no carnaval, viu? Eu estava ASSISTINDO FILMES!!!

abração my friend.

Anonymous said...

O mundo dos guarda-chuvas é q deve ser sansacional!

Bel said...

Ih... achei que teria um outro fim... na minha cabeça tem moral, mas acho que não foi a que vc pensou...
Fiquei com vontade de re-escrever seu pos, terminando do meu jeito. Pode?

Anonymous said...

Sem duvida nenhuma essa estória tem moral sim senhor...

J L said...

Bel, claro que pode. Quem sabe a duas maos a gente faz melhor??!! :))

said...

claro que tem moral...
e assim como o Will(eu ainda não sei o nome dele, acredita? - creio descobrir em breve) possuo inúmeras meias sem pares, e o pior é que ao invés de mandá-las para o país das meias deixo-as na gaveta mesmo... tadinhas... me fez pensar melhor esse texto!
Como diria minha irmã mais nova: "Muito profundo!" hehehe...

Ser uma meia realmente não deve ser muito agradável, nem uma escova de dente, etc., mas já pensou no papel higiênico!
ops, me deculpe a escatologia!

Bjinho...
PS.: Nossa, olha com seu besteirol me empolgou! Muito bem escrito!

Anonymous said...

hihihihihihiii
se todo besteirol fizesse tanto sentido o mundo estaria salvo!!!

ei
se eu fosse uma meia queria ser uma igual a da foto do seu post
com dedinhos... kkkkkkkkkk

Anonymous said...

ah por isso eu nunca acabo uma borracha ou uma caneta.elas acabam indo todas para o Mundo das Borrachas e para o Mundo das Canetas,respectivamente...
e eu encontrei uma moral pra essa história:ou vc vai em busca do seu próprio mundo e vivi feliz pra sempre ou continua vivendo de forma medíocre no mundo dos outros...
gostei do post...fez-me refletir...
bjinhos tio joao livio...manda beijos pra iuiu e pras meninas

Anonymous said...

Minhas meias nunca mais serão as mesmas.Pelo menos agora eu fico alguns segundos pensando sobre isso antes de vestí-las...muito bom, adoreio esse texto.

Anonymous said...

Na verdade sempre achei que existissem as meias machos e as fêmeas. Daí o par era o casal. E quando a meia macho traía a meia fêmea com outra, o macho era expulso de casa, ou, no caso, da gaveta.

Huahauhaua, pois é, pois é...

Até mais ver.

Anonymous said...

Biroska nova!!! Taí o endereço!!! Não sei por que não consigo linkar lá o depois do pôr do sol!!! Snif!!!

line gilmore said...

minhas meias (quer dizer, as que eram minhas, né, porque fugiram pro mndo das meias) aproveitam... e muito!

bom, o Ni... nem eu sei direito o que é! Sei que veio de um filme (que não assisti), os Cavaleiros que Dizem Ni, beeem antigo. Na prática, Ni não é nada específico (eu acho), é tipo qualquer coisa...

deu pra entender mais ou menos?

beeeeijo

Unknown said...

Olá J. Lívio....
Tudo bom?
Então vc e Bel estão discutindo quem Faxina procurou??hahahaha!!!
"Tudo em família" -blogueira...
As meias ..já falei delas...
Um abração!!!